quinta-feira, novembro 12, 2009

Coisas de um Namorado

Tem aqui vindo à conversa a poesia desse curioso e controverso período que entre nós ficou conhecido por neo-realismo. Não hei-de maçar a boa gente que visita estes quartos com as considerações que me caberia tecer acerca do assunto. Queria apenas deixar aqui a importante impressão de que nem tudo no nosso neo-realismo foi intervenção social e exortação ao combate. Nem tudo foi política em verso. Houve dúvida por vezes, e houve também muita inventividade poética. Esta imprescindível constatação seria, estamos em crer, um bom ponto de partida para uma renovada leitura desta significativa parcela da produção poética portuguesa do século transacto.

Depois de ao longo destes anos já termos aqui convocado muitos nomes da geração que fez o "Novo Cancioneiro", apresenta-se hoje Joaquim Namorado. É que até na poesia de um dos mais empenhados e militantes autores encontramos importantes momentos de maior invenção e arrojo formal, não tão dedicados à didáctica veiculação de uma qualquer mensagem social. Os breves poemas que se seguem integram o conjunto "Viagem ao país dos nefelibatas", que Joaquim Namorado foi publicando ao longo de 1938, nas Páginas Literárias da Gazeta de Coimbra, sob o pseudónimo Álvaro Bandeira. De destacar a ironia profunda e a extrema contensão de linguagem não muito usuais na poesia da época e raras até no conjunto da obra de Namorado.











1 comentário:

Francisco disse...

nossa, muito bons esses.
ironia perfeita.

Joaquim Namorado. Gostei desse cara.